sábado, 16 de junho de 2012

Ser ou Ter? Eis a Questão!





Por Professor Rogério



Desde a modernidade quando a Revolução Industrial forçou a necessidade de se conquistar novos mercados consumidores as sociedades ocidentais e os seus idealizadores promoveram o nascimento de um novo homem: o homem consumidor.  É Claro que desde o s surgimentos dos primeiros seres vivos o planeta vivência a experiência  do consumo , uma vez que viver é consumir. Mas o consumo ao qual nos referimos agora esta modalidade virótica que infecta a nosso modus vivendi  e muitas vezes  sendo ele próprio um jeito de viver:  um jeito consumir de viver.

Talvez não exista hoje um fenômeno que mais interfira na caminhada humana do que o fenômeno do consumo.  O avanço tecnológico aumentou a competência humana na alteração da natureza. Desde que trocamos a economia de subsistência pela economia de troca e o artesanato pela manufatura e mais tarde pela produção industrial, deixamos de ser meros habitantes do planeta para nos tornarmos os seus algozes, ignorando as futuras gerações na necessidade de nos lambuzarmos de “agora”.
Para o ser humano enquanto indivíduo, o consumo tem um efeito avassalador.  Atua diretamente sobre o seu ego, ampliando a sua necessidade (já quase insaciável ) de satisfação. E o que é pior: desloca de si mesmo para objetos consumíveis, o ideal de felicidade. Tudo isso incrementado e legitimado pelo Marketing, que se serve dos mais ardis métodos de persuasão via mídia.

É notória a vinculação do Ter ao Ser nessa nossa sociedade competitiva e capitalista. A exaltação da ideia de que você é o que pode consumir fervilha nos lares, escolas, igrejas, bares, etc. Todos nós conhecemos pessoas se afirmam nas aparências legitimadas pelo consentimento dos que os cercam e comungam dos mesmos valores. Mas basta lhe tirar o verniz do banho de loja, a proteção social do carro novo e dos cargos passageiros para ver o que resta. Geralmente um ser em estado bruto que privilegiou as emoções imediatas do consumo em detrimento da construção perene de si mesmo. É a inversão dos valores provocada pela sociedade do consumo na qual, inclusive, o consumidor se torna consumível. Preocupados com a aceitação social, com a forma física desejável segundo os padrões da mídia e com a disputa pela atenção, o ser humano vai se uniformizando, se produzindo em série se distanciando da sua essência primitiva que de muito pouco precisa para viver. Mas ainda somos seres humanos e enquanto houver qualquer possibilidade de razão, seremos capazes de nos redirecionarmos para caminhos mais nobres. Afinal, se continuarmos seguindo a estrada do consumismo e abrindo mão da nossa originalidade e dos nossos sonhos, nos perderemos no vazio dos desejos insaciáveis, uma vez que somos aquilo que sonhamos.




Nenhum comentário:

Postar um comentário